O diário de Meg

Por Bárbara Costa

Foto: Arquivo pessoal

Aos 43 anos e autora de mais de 50 livros, Meggin Patricia Cabot é conhecida mundialmente por seus livros direcionados a jovens leitores tanto quanto pelos seus livros direcionados a adultos. Mas a sua paixão por livros começou cedo, quando ela ia à biblioteca de sua cidade, em Bloomington, Indiana, nos Estados Unidos, para ficar no ar-condicionado. Lá ela descobriu que, além de se refrescar, a biblioteca também tinha ótimos livros, como os de Jane Austen, e seu desejo de virar uma escritora surgiu.

Meg teve uma adolescência normal, onde participou dos grupos de coral e de teatro, escrevia para o jornal da escola e foi moderadamente popular, apesar de nunca ter sido chamada para nenhuma festa durante o ensino médio. Quando terminou a escola a jovem Meg cursou artes na Universidade de Indiana, onde seu pai era professor e por isso ela não precisou pagar pelas aulas.

Terminada a faculdade, foi tentar a carreira de ilustradora em Nova York, mas esta não deu certo e acabou

Foto: Arquivo pessoal/ Facebook

 trabalhando como administradora de um dormitório de 700 calouros na Universidade de Nova York nos próximos 10 anos. Isso lhe rendeu algumas histórias, como a vez em que um aluno, achando muito graça da brincadeira, pegou um cérebro do laboratório de ciências e colocou no elevador, e ela teve que ficar esperando por horas até que os policias chegassem para averiguar o acontecido. Baseada em suas experiências no dormitório e misturando com ficção, anos mais tarde Meg escreveu a série de suspense “The Heather Wells Mistery”.

Em 1998, sob o pseudônimo de Patrícia Cabot, seu primeiro livro foi publicado, “A rosa do inverno”. A partir daí vários outros romances foram publicados. Porém, sua fama veio mesmo com a série “O diário da princesa”, que posteriormente foi adaptado para o cinema pela Disney. Entretanto, não foi fácil ter sua série publicada. Meg foi rejeitada 17 vezes antes de a editora HaperCollins finalmente publicar seus livros no ano 2000. Em 2001, foi lançado o filme da série, que fez tanto sucesso que em 2004 foi lançado outro filme “O diário da princesa 2”. Este, porém, não foi baseado nos livros da autora, que ainda assim gosta do filme.

Meg Cabot já escreveu mais de 50 livros em 12 anos. Uma das fontes que ela usa como inspiração são os seus próprios diários da adolescência. Meg diz que em sua época as pessoas não se preocupavam em escrever livros para adolescentes, e que os livros para sua idade sempre tinham uma lição, então ela decidiu que iria escrever o que gostaria de ter lido na adolescência, resolveu escrever para divertir os jovens. A maioria de suas personagens principais são baseadas nela mesma, assim como partes dos seus livros contêm fatos que realmente aconteceram com a autora.

Após a morte de seu pai, a mãe de Meg namorou seu professor de arte, coisa que ela retrata com a personagem Mia Thermopolis, da série “O diário da princesa”, que passa pela mesma situação estranha: sua mãe namora o seu professor de álgebra. Ao ser questionada em uma entrevista para o teenreads sobre como cria seus personagens, ela diz que se baseia em pessoas conhecidas, mudando apenas algumas características:  “Assim as pessoas em que elas são baseadas não vão se reconhecer e me processar”. Em outra entrevista, ao ser perguntada sobre se ela preferia trabalhar ao amanhecer ou ao anoitecer, ela disse que seu horário de trabalho era como o de qualquer outra pessoa, das 9h às 5h, exceto que ela gostava de trabalhar ouvindo rock (mas nos fones de ouvido, para não incomodar nenhum vizinho).

Foto: Arquivo pessoal/ Facebook

Meg hoje consegue viver apenas do dinheiro que faz com seus livros. Ela divide seu tempo entre Key West, na Flórida e Nova York. Mora com seu marido e sua gata de um olho só, Henrietta, e está trabalhando em uma nova série para jovens leitores, “Abandon”.

“A única questão que errei foi sobre o que dizer a um homem que diz que nos ama. Parece que a gente não deve dizer obrigada”.

(O diário da princesa)