Técnica de Produção, Reportagem e Redação Jornalística

Rodízio de água em Aracaju continua

Posted in Cidade, Saúde by micheletavares on 14/04/2009

Racionamento força estabelecimentos comerciais a mudarem a sua rotina de trabalho

 

Por João Paulo Leite

Racionamento preocupa comerciantes (Por João Paulo)

Racionamento preocupa comerciantes (Por João Paulo)

 

Devido a uma nova redução no nível de água do rio Poxim, provocada pela falta de chuvas, o rodízio no abastecimento de água na capital, que havia sido interrompido, recomeçou nos dias 23 e 24 de março. Esse esquema de rodízio divide a capital em Zona Norte e Zona Sul. De acordo com este, o fornecimento de água é cortado de dois em dois dias, de forma alternada entre referidas zonas.

 

A Zona Sul engloba os seguintes bairros: Augusto Franco, Castelo Branco, DIA, Grageru, Inácio Barbosa, Jabotiana, Jardins, Jessé Pinto Freire, JK, Loteamento Garcia, Loteamento Tramandaí, Luzia, Médici, Orlando Dantas, Parque dos Coqueiros, Ponto Novo, Santa Lúcia, São Conrado, Sol Nascente, Conjunto Valadares e Marivan.

 

Já a Zona Norte abrange: 13 de Julho, 18 do Forte, Alto da Jaqueira, Centro, Cidade Nova, Cirurgia, Coqueiral, Bugio, Getúlio Vargas, Industrial, Itacanema, Jardim Centenário, Japãozinho, Jetimana, Lamarão, Nova Liberdade, Olaria, Palestina, Pau Ferro, Pereira Lobo, Planalto, Ponta da Asa, Porto Dantas, Salgado Filho, Sanatório, Santo Antônio, Santos Dumont, São Carlos, São José, Sobrado, Soledade, Suíssa, José Conrado de Araújo, América, Costa e Silva, Novo Paraíso, Siqueira Campos, Barra dos Coqueiros e Atalaia Nova.

Segundo a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), o rodízio será mantido enquanto persistir a ausência de chuvas suficientes para recuperar o nível de água do rio. Enquanto isso, os estabelecimentos comerciais têm batalhado para adaptar os dias de racionamento à rotina de trabalho. Muitos já contabilizam perdas.

 

O Salão de Beleza Rita Menezes localizado no bairro Grageru, por exemplo, vem sofrendo grandes prejuízos. De acordo com a proprietária, Rita Menezes, nos dias de rodízio, grande parte dos atendimentos tem sido cancelados.  “Ou eu não atendo, ou peço que a cliente já venha com os cabelos molhados”, afirma Rita Menezes.

 

No bairro Siqueira Campos, a situação enfrentada pelo Bar e Restaurante Costela no Bafo, é semelhante. Eles vêm armazenando água em baldes, para que possam cozinhar, lavar os pratos e ainda utilizá-la para a descarga nos banheiros. No entanto, às vezes a água armazenada não é suficiente para os dois dias e os proprietários se vêm obrigados a fechar o bar e restaurante mais cedo. “Essa é minha única fonte de renda. Eu não quero nem imaginar como a situação vai ficar, se esse rodízio se prolongar”, lamenta a proprietária, Auxiliadora Leite.

 

Por outro lado, nem todos os bares e restaurantes têm tido prejuízos, já que a área onde se localizam a maior parte deles, a Orla de Atalaia, não vem sofrendo o racionamento. A Atalaia e a Zona de Expansão são cobertas pela adutora da Cabrita, que está com os níveis de água em condições aceitáveis.

 

Secretária de Estado da Saúde em alerta

 

Porém um problema ainda maior preocupa as autoridades de Aracaju. Nesses tempos de rodízio, a única saída encontrada pela população, como foi dito, é o armazenamento de água. Baldes, panelas, lavanderias, qualquer recipiente tem sido usado como depósito de água.

 

 É exatamente aí onde mora o perigo. Recipientes como esses sem os devidos cuidados favorecem a formação de focos de dengue. No ano passado, 47 pessoas morreram vítimas da doença em Sergipe, sendo 19 na capital.

 

A Secretaria de Estado da Saúde orienta que a armazenamento de água seja feita de forma correta para evitar a proliferação do mosquito da dengue.

 

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Para mais informações: Ouvidoria da Saúde 0800-286-3000 ou ainda pelo site www.sergipecontradengue.com.br

 

Arthur Bispo do Rosário é homenageado com exposições, oficinas e a estreia de filme no final do ano

Posted in Cultura by micheletavares on 14/04/2009

Por Rebeca Rocha

 

 Artista, esquizofrênico… E uma assumidade. Esses são alguns dos adjetivos que qualificam o lendário Arthur Bispo do Rosário, natural de Japaratuba e figura de imensa expressividade no campo das artes plásticas, nacional e internacionalmente.

Em 2009, Bispo é homenageado pelo seu centenário, além do tributo aos 20 anos do seu falecimento. Não se sabe ao certo sua data de nascimento e, apesar de festivais comemorarem no mês de janeiro, a incerteza quanto à data precisa permite que ao longo do ano várias exposições e manifestações em tributo a ele sejam criadas e abertas ao público.

 

Arthur Bispo do Rosário (créditos: acervo BASE Propaganda)

Arthur Bispo do Rosário (créditos: acervo BASE Propaganda)

A história de Arthur Bispo é curiosa – e ímpar. Nascido em 1909 na cidade de Japaratuba, Sergipe, o artista sergipano de vanguarda muda-se para Aracaju no ano de 1925 e torna-se marinheiro. Sua carreira foi marcante: foi campeão brasileiro e sul-americano de boxe na categoria peso leve pela marinha.

Bispo nem imaginava que seria reconhecido pela sua obra artística, anos mais tarde.  Largando a carreira de marinheiro devido a problemas mentais, muda-se para o Rio de Janeiro e passa a trabalhar na Light, empresa carioca de fornecimento de energia, e também como lavador de bonde e borracheiro. Após sofrer um acidente de trabalho, contrata um advogado para reivindicar seus direitos contra a empresa e na ocasião começa a trabalhar na casa do advogado, Humberto Leoni, como empregado doméstico, fazendo serviços diversos.

Em meados de 1938, Bispo procura o patrão, sofrendo alucinações, e lhe disse que deveria apresentar-se à Igreja da Candelária. Começa a sua peregrinação por várias igrejas, até chegar ao Mosteiro São Bento, onde afirma aos monges ser um enviado de Deus, e por Ele incumbido da tarefa de julgar os vivos e os mortos.

 

 

Arthur foi preso como indigente e demente, sendo conduzido ao Hospital dos Alienados, um hospício na Praia Vermelha. Um mês depois, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde viveu os 50 anos de sua produção artística e boa parte da sua vida. Hoje, o local é o Museu Arthur Bispo do Rosário, que abriga com orgulho a produção de cerca de 800 peças peculiares do antigo paciente.

 

O Manto da Apresentação (créditos: www.proa.org)

O Manto da Apresentação (créditos: http://www.proa.org)

A criação mais famosa é o Manto da Apresentação, que Arthur Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final, e representava o universo. Assim como outras criações dele, no manto existiam frases e pensamentos, além de ser confeccionado com pedaços de pano das roupas, colchas e retalhos. Para ver mais obras de Bispo, clique aqui.

 

 

 

 

 

A escolha entre uma vida normal e o amor pela arte

 

Bispo sofria de esquizofrenia paranoide, e há quem diga que sua loucura é fruto de um desejo maior pela arte de expressar seus pensamentos de uma maneira nunca vista antes. Seu trabalho artístico era motivado por um pedido de Deus para que reconstruísse o universo e registrasse a passagem divina pela terra, e desde então, Bispo dedicou-se totalmente a ele. Com essa “missão”, surge o artista Arthur Bispo do Rosário (artista que ele próprio jamais julgou ser).  “Para ele, o que fazia era classificar as coisas. Para organizar os pensamentos, ele transformava tudo que via, escrevia no manto. O manto era a memória dele. Quando acabava o espaço, ou quando ele achava que devia, ele desfazia e fazia de novo. Assim como a cabeça da gente, sempre renovando as ideias…”, declara Gustavo Machado, um dos redatores publicitários que se envolveu na confecção do material para a exposição do Banese, um dos patrocinadores do Centenário.

Além das exposições que ocorreram na capital sergipana no Centro de Exposições da Orla de Atalaia e no Shopping Jardins, está previsto para estrear no final do ano o filme Senhor dos Labirintos. Baseado no livro Arthur Bispo do Rosário – O Senhor do Labirinto, e convidados pela autora do livro, Luciana Hidalgo, os diretores de arte Geraldo Motta e Sérgio Silveira mergulharam num universo místico e encantador para reproduzir o mais fielmente possível as obras do protagonista. Foram feitas oficinas de capacitação com artesãs e rendeiras de Laranjeiras, que reconstruíram parte da obra a partir de fotos.

 primeiras tomadas gravadas no prédio do antigo Centro Psiquiátrico Garcia Moreno. “Reconstruímos o manicômio em Socorro, perto de Aracaju. A intenção é mostrar como ele desenvolveu arte absolutamente inovadora naquele momento”, explica o diretor.

Geraldo Motta, diretor dO Senhor dos Labirintos (créditos: infonet)

Geraldo Motta, diretor dO Senhor dos Labirintos (créditos: infonet)

O filme contará a história de Arthur Bispo do Rosário num ponto de vista do discurso dele próprio. “Vai mostrar como ele via a própria produção artística”, adianta o cineasta Geraldo Motta. Algumas cenas foram rodadas em Nossa Senhora do Socorro, e as

O elenco reúne os atores Flávio Bauraque (Bispo), Maria Flor (a estagiária de psicologia pela qual o interno se apaixonou platonicamente) emais de 100 figurantes. Os patrocinadores, Governo de Sergipe, Banese e Celi, estão otimistas. “Decidimos patrocinar o filme porque percebemos que era um projeto muito bom, profissional e que iria significar muito para o nosso estado. Claro que patrocinamos porque faz parte da cultura da Celi ter uma preocupação social, ambiental e cultural. É uma oportunidade de apoiar a cultura no nosso estado”, declara Lívia Filgueiras, do marketing da construtora Celi.

As filmagens serão realizadas 95% em território sergipano e os trabalhos de produção do filme envolvem 80% de mão-de-obra do estado. (informações da agência Sergipe).

O público sergipano também está ansioso para conhecer melhor as obras do artista através do filme. “Quando Bispo, ainda vivo, começou a ser famoso, as pessoas que fossem visitá-lo no hospício só poderiam entrar se adivinhassem a cor da áurea dele. Meio excêntrico, mas incrível”, afirma Matheus Menezes, publicitário, que acompanhou as exposições e aguarda ansioso pelo filme. 

Jornalismo x Comunicação Social

Posted in Educação, UFS by micheletavares on 13/04/2009

Impressões e possibilidades da comissão do MEC

 

Por Vinícius Oliveira e Henrique Maynart

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 A polêmica está lançada. Depois de um longo período de calmaria, o ano de 2009 chega fulminante para o campo da comunicação social no país: O governo federal convocou a primeira Conferência Nacional de Comunicação, a obrigatoriedade do diploma para a profissão do jornalista e a revogação da Lei de Imprensa são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para endossar o caldo, o Ministério da Educação (MEC) formalizou no dia 19 de fevereiro deste ano, uma comissão de especialistas com o intuito de rever as diretrizes curriculares do curso de Jornalismo.

A grande polêmica desta comissão gira em torno da proposta de criação de um curso de Jornalismo autônomo da Comunicação Social. Apesar de o tema ter sido relativamente divulgado, em especial pela mídia eletrônica, pouco se sabe da constituição e do impacto que seus trabalhos poderão vir a trazer para os cursos de Comunicação Social das universidades Brasileiras.

 

Para que serve a comissão?

 

Formada em fevereiro deste ano pela Secretaria de Educação Superior (SESU) do MEC, através da Portaria SESU nº 203, a comissão é presidida pelo professor da Universidade Metodista de São Paulo, José Marques de Melo, indicado pelo MEC. A comissão totaliza sete professores e uma representante do canal Futura. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Associação Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo (SBPJor) e o Fórum Nacional de Professores em Jornalismo (FNPJ) puderam indicar um representante cada. A comissão terá um prazo de 180 dias para redigir o relatório e envia-lo ao Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão responsável por aprovar ou rejeitar o documento. Três audiências foram marcadas, sendo que a primeira já foi realizada no último dia 20 de março com setores da academia, na cidade do Rio de Janeiro. A segunda está prevista em abril, na cidade de Recife, com setores do empresariado e a terceira para o mês de maio, com os setores da sociedade civil. O prazo para envio das contribuições para a comissão, seguiria até o dia 20 de março passado, mas foi prorrogado para o dia 14 de abril.

E como surgiu?

 A convocação da comissão pegou de surpresa muita gente diretamente ligada ao tema, tais como professores e estudantes, mas a sua idealização não veio da noite para o dia. Como indica matéria do sítio da FENAJ, a proposta foi apresentada pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad ainda no mês de outubro do ano passado, em audiência com as três entidades que hoje compõem a comissão: FENAJ, SBPJor e FNPJ. Naquele momento, a previsão para a convocação era para janeiro, um mês antes da convocação de fato, e o prazo previsto para os seus trabalhos era de 90 dias, diferente da comissão então formada, cujo prazo é de 180 dias, portanto esta terá mais tempo para desenvolver seu trabalho.

 Nenhum setor de representação estudantil, tal como a Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social, a ENECOS, foi convidado, seja para a audiência inicial, seja para a consulta das comissões. Na mesma matéria, a Federação deixa claro o seu posicionamento contrário a medidas que garantem a integração mínima das habilitações dos cursos de Comunicação Social, tais como o Ciclo básico, experiência ainda aplicada na Escola de Comunicação da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 O ciclo básico é uma aplicação curricular onde o egresso no curso de Comunicação Social tem acesso ao conteúdo geral a todas as habilitações durante o primeiro ano do curso, ela estava composta nas diretrizes curriculares dos cursos de comunicação social no país  até 2001, ano em que ocorreu uma mudança nas diretrizes, desobrigando os departamentos e colegiados a seguirem este modelo. Bateu a curiosidade? Veja aí: http://www.eco.ufrj.br/portal/academic/habilita.html

A matéria do site da FENAJ está datada no dia 9 de dezembro de 2008, dá uma olhadinha: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2400

 

AUDIÊNCIA DO DIA 20/03: ACADEMIA

 

A primeira audiência contou com vários setores da academia, dentre ela a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), SBPJor, FNPJ, COMPÓS, INTERCOM, dentre outras. Segundo o relato do professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e presidente do SBPJor, Carlos Eduardo Franciscato, a avaliação da audiência foi positiva, porém a comissão precisa interagir mais com os membros da audiência.  “A audiência teve uma boa representatividade, cada um tinha um tempo de 10 minutos e falaram entre 10 e 15 pessoas, o que acabou gerando um debate espontâneo e muito produtivo. O lado ruim da audiência foi que a comissão apenas ouviu os participantes e não interagiu, ficou apenas registrando e anotando as falas”.

Felipe Melo durante a primeira audiência no Rio de Janeiro

Felipe Melo durante a primeira audiência no Rio de Janeiro

Para Felipe Melo, membro da Coordenação Nacional da ENECOS, a comissão deveria entender a formação do estudante de forma mais ampla. “Discutir o currículo dos cursos de Comunicação Social é importante, mas temos que discutir também a precariedade dos laboratórios dos cursos no país, a falta de verbas públicas para as universidade federais, a falta de democracia nas universidades pagas e a sua abertura sem critérios, e discutir o curso de jornalismo conectado à comunicação social, por isso a ENECOS só apresentará propostas ao currículo junto com os movimento sociais na terceira audiência”, defende.

 

As Contribuições…

 Dentre as contribuições enviadas à comissão até o momento, podemos analisar dois exemplos opostos: a contribuição enviada pela FENAJ e uma outra, formulada pelo Colegiado do curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Campus III, situada na cidade de Juazeiro/BA.

 

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 E na UFS ?

 

Uma decisão tomada por esta comissão pode alterar profundamente o curso de Comunicação Social como um todo, em todo o Brasil. Segundo o professor Carlos Franciscato, na Universidade Federal de Sergipe a discussão ainda não foi colocada de forma ampla, mas seus resultados não devem influir significativamente na grade do Departamento de Artes e Comunicação social (DAC). “Qualquer decisão tomada por essa comissão o departamento irá rediscutir e adaptar-se, já que compreende uma esfera de poder acima do nosso departamento, mas acredito que não vêem grandes modificações”, esclarece.

 

Resta saber qual vai ser o posicionamento da estudantada. O estudante do quinto período e membro do Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS), Pedro Alves sugere uma discussão mais ampla sobre o assunto.“Colocamos a existência e a importância dessa comissão para os calouros e alguns membros do curso, mas avaliamos que talvez seja o momento de rediscutirmos o nosso curso e como ele tem andado ou ‘desandado’ , casado com as discussões nacionais que essa comissão está remetendo”, defende.

Manifestação de estudantes e trabalhadores contra o impacto da crise mundial

Manifestação de estudantes e trabalhadores contra o impacto da crise mundial

Questionado sobre as propostas do diretório, ele responde: “Discutimos isso na vivência, junto com o professor convidado Mário César e pretendemos fazer um seminário público para debater as questões nacionais e locais convidando os professores e estudantes no mês de Maio”.

 

Lembrando Sempre Que…

A discussão sobre os rumos do curso de Comunicação Social do país e sobre o Jornalismo não começou hoje, nem vai se encerrar nos trabalhos desta comissão, mas fica óbvio que para quem deseja contribuir com esta discussão não existe momento melhor.

 

Cabe ressaltar que é necessário lembrar que o curso de Comunicação Social deve estar atento à sociedade, com a tarefa de contextualizar historicamente e analisar a significância dos fatos atuais questionando os rumos da nossa sociedade. Além disso, este debate não deve deixar de discutir qual é o papel dos meios de comunicação e a quem serve a super-concentração da mídia nas mãos de poucas famílias.

 

Lembrar sempre que os estudantes de comunicação serão trabalhadores e estarão cotidianamente sujeitos à ética do lucro do patrão contra a sua ética profissional. Enfim, lembrar que o curso não é apenas jornalismo, publicidade, Relações Públicas… mas  COMUNICAÇÃO SOCIAL.

 

 

 

 

 

 

 

Passageiros de ônibus intermunicipais inconformados

Posted in Cidade by micheletavares on 13/04/2009

 

 
Local de parada dos ônibus intermunicipais
Local de parada dos ônibus intermunicipais

Usuários que saem dos seus municípios com destino ao Hospital João Alves Filho não compreendem porque não podem desembarcar em frente ao serviço público de saúde

 

 

Por Adriana da Rosa e Samara Menezes

Às 5h30 da manhã Dona Suzanete dos Santos, 49 anos, sai de sua residência no município de Lagarto, a 75 km da grande Aracaju, com destino ao Hospital Governador João Alves Filho (HGJAF). “Venho à capital duas vezes por semana para tomar aplicações”, relata a senhora, que para chegar  ao hospital utiliza os meios de transporte intermunicipais. Entretanto,  a maior dificuldade encontrada por dona Suzanete e demais passageiros com destino ao Hospital João Alves, é que, esses de transportes passam em frente ao estabelecimento de saúde, mas seus passageiros só devem desembarcar no terminal Rodoviário José Rollembergue Leite (Rodoviária Nova). “Acho uma contramão ter que ir até a rodoviária, sendo muito cansativo e perigoso. Pois no caminho atravesso a entrada por onde passam os carros das empresas de ônibus intermunicipais, correndo assim, risco de acidente”, reclama dona Suzanete.

 

 

3Assim como Dona Suzanete, outros passageiros se encontram na mesma situação. É o caso de seu Homero Batista, 73 anos, residente no município de Umbaúba a 82 km de Aracaju. “Como estou com um filho há quase 15 dias internado venho à capital pelo menos três vezes por semana, acho bastante desgastante ter que ir primeiro à rodoviária e depois retornar ao hospital”, relata o aposentado. Durante toda a semana o hospital João Alves filho recebe uma grande quantidade de pacientes, sendo que boa parcela vindos do interior. “No meu ponto de vista é uma falta de respeito com o cidadão não poder parar em frente ao hospital, como é que ficam as pessoas que estão doentes?” Questiona a estudante Marta Andrade, 19 anos, moradora do município de Neópolis.

 

 

A Secretaria do Estado dos Transportes e da Integração Metropolitana (SETRAM) é o órgão responsável em tratar de assuntos como: transportes intermunicipais transportes hidroviários de passageiros, veículos, transporte de cargas e uso das áreas de vias estaduais. Contudo, o órgão esclarece que os transportes intermunicipais, assim como outros meios de transportes, têm seu destino certo de paradas. No caso dos ônibus intermunicipais a sua destinação de embarque e desembarque de passageiros são os terminais Rodoviários José Rollembergue Leite (Rodoviária Nova) e Terminal governador Luis Garcia conhecido como “Rodoviária Velha”, Rua Santa Catarina (lateral da SAMAM) Praça do Siqueira Campos e Oswaldo Aranha (Hiper Norte). Mas o atendimento ao portador de mobilidade reduzida (deficientes, enfermos, acompanhados de criança de colo, gestantes, etc.), para desembarque é previamente autorizado, é inclusive Lei no município de Aracaju, sendo necessário apenas que o passageiro identifique-se e solicite ao condutor do veículo. Agora é terminantemente proibido o embarque fora dos pontos autorizados, esclarece o diretor de transporte Cezar Rocha.  

 

Terminal Rodoviário

Terminal Rodoviário

E para os passageiros que continuam sofrendo com o problema, a exemplo de dona Suzanete, a SETRAM disponibiliza uma Ouvidoria aberta a reclamações, críticas ou sugestões, localizada na Rodoviária Nova. É o que fez Lailton Alves, 44 anos que vem ao Hospital pelo menos uma vez por mês: “Com a criação de um ponto de ônibus alternativo próximo ao Hospital facilitará  ainda mais a vida dos passageiros”, sugere o motorista. 

E-book tem Futuro?

Posted in Ciência e Tecnologia, Cultura by micheletavares on 13/04/2009

E-book da Amazon.com

E-book da Amazon.com

E-books reader, downloads grátis, pdf, palm, livros pra celular. Veja como o mundo tecnológico entrou no meio impresso e as mudanças atuais e futuras que ainda irão provocar

 Por Nikos e Layanna

Você é daqueles que adora sentir o cheiro agradável das folhas de um livro? Sentir a textura do papel nas mãos ao virar as páginas e o seu barulho tão característico? E de tecnologia, você gosta? Pois sim, caro leitor, não estranhe a ligação que acabo de fazer entre tecnologia e o livro impresso. A editoração eletrônica está cada vez mais presente, coexistindo (de forma pacífica ou não) com o livro impresso, e muitos se perguntam se este irá resistir e até quando isso ocorrerá.

 Já antes de 1440, quando o alemão Johan Gutenberg iniciou com suas novas técnicas de impressão (produção de tinta, tipos móveis, emprego da prensa de metal e abastecimento de papel), tal processo já havia surgido na Europa. Antes disso, os chamados manuscritos, eram todos feitos a mão e não circulavam livremente, ficando sob o domínio da Igreja. A Revolução Industrial foi outro fator que contribuiu para a fama dos impressos; nessa época a população começou a se tornar letrada, surgindo os escritores com seus folhetins e nascendo daí um interesse pelo mundo da literatura.

Com o surgimento da televisão, nos anos 50, passou-se a supor que o fim dos impressos estaria próximo. Em meados dos anos 60, Marshall McLuhan, estudioso e pesquisador no campo da comunicação humana, profetizou que o livro impresso chegaria ao seu fim, prevendo o término do pensamento linear introduzido pela escrita e aperfeiçoado na invenção da imprensa. Tal fenômeno não se confirmaria. O velho e bom livro, ao contrário, vem desenvolvendo uma ligação cada vez maior com os avanços da tecnologia.

A televisão, como sabemos, não acabou com os impressos, que passaram e passam por constantes reestruturações para se manter presentes e acompanhar a forte concorrência imposta pelos meios de comunicação eletrônicos; assim como o cinema não impediu o avanço do teatro, nem a televisão substituiu o rádio. Por que, então, acha-se que o meio digital ameaça o futuro dos livros tradicionais.
Uma nova era, um novo público, novas tecnologias
Milhares de títulos, destacando-se as grandes obras clássicas, como a Bíblia, enciclopédia e livros didáticos são disponibilizadas gratuitamente na web por diversos servidores, como é o caso do Programa Gutenberg, que desenvolve um projeto de digitalização eletrônica. Já os livros mais atuais, que ainda rendem dinheiro com suas vendas, são mais difíceis de serem encontrados. O que não significa que mesmo assim não circulem na rede; iniciativas individuais de tradução ou disponibilização online já são muito comuns. Basta o livro ser lançado em inglês que logo, logo alguém com fluidez no idioma iniciará o processo de tradução e postará online.  

O fato é que qualquer leitor deseja conforto e praticidade na hora da leitura, e isso as novas tecnologias têm muito a oferecer, o que talvez faça com que aqueles seguidores do impresso repensem suas preferências. O implicante neste caso torna-se o acesso, que tratando-se de tecnologia, não fica a preço de banana. Esta, portanto, se mostra uma era acessível aos digitalizados e mais favorecidos economicamente.

Para poucos

Apenas cerca de 20% da população brasileira têm acesso a internet. Os consumidores das novas tecnologias digitais necessitam não só de capital para adquirir os suportes e ter acesso a rede, como capacitação, o que torna o caso ainda mais crítico. A nova era, que por um lado se mostra democrática ao possibilitar uma infinidade de formas de acesso a literatura, por outro se mostra completamente elitista e excludente.

Livraria Cultura

Livraria Cultura

 

As formas de acesso à literatura se ampliaram nitidamente. A participação do consumidor, ao que parece, também; poder de baixar, gravar aonde quiser, ler no suporte que desejar, dá ao leitor uma grande liberdade. Os audiobooks beneficiaram os deficientes visuais. Mas e aqueles que ainda não tinham conseguido nem ter acesso ao livro tradicional?

O governo Federal executa e apóia algumas ações de inclusão digital por meio de diversos programas e órgãos, que parecem não andar a passos largos, mas dizem estar em vigor. É o caso do Programa Computador para Todos, Estação Digital e outros. Sem o incentivo do governo, 80% da população não terá nem a possibilidade de ter acesso a esse novo mundo literário.

E os direitos autorais?

De um lado o interesse individual do autor pela proteção de sua obra. De outro o interesse público de livre acesso.

 

“O grande ponto negativo da internet, no que diz respeito aos livros, é a possibilidade de que pessoas utilizem a rede para praticar a pirataria, violando direitos autorais e desestimulando a criação intelectual e artística.” A afirmação do diretor-geral da editora Objetiva, Roberto Feith, resume a opinião do setor sobre a disponibilização de obras não autorizadas na rede mundial de computadores.

 

paulo_coelhoJá o escritor Paulo Coelho defende o oposto e, inclusive, disponibilizou no seu site todas as traduções encontradas de seus livros como uma forma de “ajudar na pirataria”. “É uma forma de divulgar o trabalho.”, disse ele em uma entrevista feita por email pelo escritor Fernando Morais, autor de sua biografia.

 

O importante é lembrar que nem sempre um aumento da restrição autoral da obra significa um benefício para o autor. A participação do público, seja como for, fortalece sua marca e o vínculo com a obra. A questão do direito autoral não deve deixar de funcionar como estímulo de criação para ser um entrave para a criação de novas tecnologias e de utilização de obras possibilitadas pela tecnologia digital. E é por isso que as indústrias estão se mostrando cada vez mais interessadas em abrir o uso dos seus direitos autorais para que fãs criem seus próprios conteúdos. Ao que tudo indica, a postura de defesa de direitos autorais terá que mudar.

 

Quanto ao futuro do nosso livro impresso, não precisamos ser tão catastróficos assim, ele não deve sumir do mapa. As novas tecnologias vêm para somar, trazer mais opções de suportes de leitura, facilitar e dar mais conforto. Quem sabe até para ser um incentivo àqueles que nunca gostaram muito de literatura, mas são seguidores fiéis da tecnologia. Até por que quem determina essas mudanças é você, público e mercado consumidor. A escolha é toda sua, leitor.

“O foco agora está em histórias contadas por vários tipos de veículos, conhecidas como transmidiáticas – em cada mídia diferente a história ganha uma nova camada…”, é o que afirma o americano Hennry Jenkins, professor de estudos de mídia do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). De acordo com ele, estamos na era da cultura de convergência, com uma interação cada vez maior entre os diferentes tipos de mídias e uma grande participação do consumidor no processo de produção e difusão da informação. A internet, os e-books, audiobooks, palms, celulares que suportam livros estão aí para comprovar esta nova tendência.

 

O público também é outro. Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil realizada pelo Ibope revela que, atualmente, cerca de 7% da população brasileira que costuma ler livros já baixam as obras gratuitamente pela internet. A porcentagem que parece pequena na verdade representa uma mudança bastante considerável. Não é a toa que os downloads gratuitos fazem tanto sucesso.

Ponto para as políticas públicas de fomento à cultura?

Posted in Cultura, Política by micheletavares on 13/04/2009

Por Bárbara Nascimento

babi_nascoli@yahoo.com.br

 

O Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura (MinC)/Governo Federal tem como meta principal o fomento à cultura de forma ampla e democrática. Para tanto utiliza como carro-chefe os Pontos de Cultura. Mas o que são os tais pontos?

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Ponto de cultura* é definido pelo MinC por seu caráter de transversalidade da cultura e gestão compartilhada entre o poder público e a comunidade, ou seja, quaisquer iniciativas coletivas que prezem pela cultura, seu desenvolvimento e sua produção. Complicou?

 

Essa é justamente uma das primeiras críticas que se faz ao programa que tem como critério de seleção editais. Os editais são elaborados pelo ministério de cultura e lançados pelas secretarias de cultura estaduais. “Pontos de cultura é um mecanismo que ainda precisa ser amadurecido, repensado cotidianamente, sobretudo pelo fato de que para se tornar um Ponto de Cultura é preciso participar da seleção por meio de edital público. Esta forma de inserção é falha, porque se torna um ponto de cultura quem preenche o edital de maneira mais convincente, e não quem desenvolve um projeto mais eficiente”, criticou Luis Osete – Membro do Grupo de Estudo e Trabalho de Comunicação e Cultura Popular (GET CCP) da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS).

 

Financeiramente, cinco parcelas semestrais somam os 185 mil (cento e oitenta e cinco mil reais) destinados a cada ponto que tenha o convênio firmado com o Ministério.

 

Em Sergipe, o recente lançamento do edital para trinta novos pontos tem despertado o interesse de quem atua no campo cultural. Atualmente o Estado conta com seis pontos de cultura, financiados pelos Governos Federal e Estadual.

Maruim pode ser um novo município a contar com esse apoio. “O que possibilitará a promoção do artesanato maruinense através do comércio eletrônico. Inclusão social e digital para autosustentabilidade dos artesãos de Maruim”, explica André Teixeira – Assessor Técnico do Projeto que concorre ao edital.

 

 

LOCALIZAÇÃO DOS SEIS PONTOS CULTURAIS SERGIPANOS

LOCALIZAÇÃO DOS SEIS PONTOS CULTURAIS SERGIPANOS

 

 

 

Em cena a Lei Federal de Incentivo à Cultura ou simplesmente Lei Rouanet: Concebida em 1991, a Lei serve de incentivo a empresas e pessoas físicas que desejem financiar projetos culturais. Os incentivos são assegurados pelo Governo Federal através da renúncia fiscal.

 

Está no sítio do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br) desde a última segunda-feira do mês de março (23) a proposta de revisão da Lei Rouanet (8.313/1991). O projeto prevê a substituição por um Programa de Fomento e Incentivo à Cultura, o chamado Profic.

 

Será que um programa específico solucionará as problemáticas que a Rouanet sempre apresentou? Pauta-se a regionalização dos recursos e a diversidade de linguagens para o fortalecimento do Fundo Nacional da Cultura (FNC). De fato é preciso uma democratização efetiva das verbas públicas, haja vista que a maior parte delas acaba sendo destinada ao Rio de Janeiro e a São Paulo, sozinhos, os dois Estados somam 80% dos recursos.

 

“Existem demandas que precisam sempre ser discutidas, como a ‘ampliação dos recursos públicos destinados à cultura popular e outro modelo de financiamento estatal da cultura no sentido de ampliar a participação popular e desburocratizar os editais’. Propostas que também constam nos posicionamentos políticos de nossa Executiva. A principal ação do GET, tida como meta prioritária, é o primeiro passo para o desenvolvimento cultural de qualquer região: ‘Buscar formas de fomentar, através das regionais, o mapeamento das manifestações culturais locais’”, Conclui Osete.

 

Democratizar o acesso à cultura não é tarefa fácil e perpassa por uma série de políticas públicas, que devem atender de forma clara aos anseios da população. A consulta pública proposta pelo MinC sobre os rumos da Lei Rouanet é uma das possíveis formas de intervir. A sociedade civil disponibilizará de pelo menos mais 30 dias para propor melhorias e/ou alterações.

 

Enquanto isso, os pontos de cultura crescem em todo território brasileiro. Já contamos com 824 pontos e a meta é aumentar ainda mais este número. Em Sergipe as inscrições de projetos culturais podem ser feitas até o dia 17 de abril na Secretaria de Estado da Cultura (www.sec.se.gov.br).

Expandir para incluir…

Posted in Economia, UFS by micheletavares on 08/04/2009

020420096789A Universidade Federal de Sergipe (UFS), aderiu ao Plano de Expansão das Instituições Públicas Federais de Ensino Superior (IFES), liderado pelo Ministério da Educação.  A adesão resultou em dois novos campi de Itabaiana e Laranjeiras. A promessa para 2010 é um novo campus no município de Lagarto.

Por Bárbara Juliana
(barbaraju82@hotmail.com)

 

 O Plano de Expansão nas Universidades Federais Brasileiras foi lançado em 2005 pelo Ministério da Educação (MEC) com um investimento inicial de R$ 160 milhões destinados as instituições. Dentre as propostas centrais do plano estão: interiorização com a criação de novos campi nos interiores dos estados brasileiros e redemocratizar o ensino superior aumentando a oferta do número de vagas, principalmente na ampliação e criação de novos cursos noturnos. As Instituições Públicas Federais têm que cumprir com a manutenção da infra-estrutura atual, para que possa receber os recursos financeiros disponibilizados pelo MEC. Este foi um projeto principiante conduzido pelo Ministério da Educação para ampliar o acesso nas 55 Universidades Federais pelo Brasil.

 

A oficialização Reuni

Em abril de2007 o Presidente Lula instituiu o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), viabilizando R$ 2 bilhões a serem distribuídas às universidades em cinco anos (2007-2011). O objetivo é levar 30% dos jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior público. As principais diretrizes do programa são o aumento significativo de conclusão nos cursos de graduação e garantir a permanência no ensino público, diminuindo então, a evasão estudantil.

 A Universidade Federal de Sergipe está inserida no projeto com a previsão de R$ 55,8 milhões para infra-estrutura, sendo que em 2007 foram aprovados pela bancada sergipana 10,1 milhões para UFS e em fevereiro de 2008 foi publicado no site do MEC, que Sergipe receberia R$ 25 milhões em investimentos pelo projeto REUNI. Segundo dados da Dotação Orçamentário da instituição, em cinco anos (2004-2008), o orçamento total de verbas foram de quase R$ 900 milhões, oriundos do tesouro nacional e de parcerias, no qual, a atual administração da UFS destaca a Petrobras e o Fundo Nacional de Saúde.

0304200968051Dentre as obras de extensão com recursos do REUNI, a UFS destaca a construção dos campi Itabaiana e Laranjeiras e já adiantando o planejamento do campus de Lagarto em 2010. No campus São Cristóvão ocorreu a criação da didática V e revitalização nas outras quatro, com andamento de obra da didática VI e, concluída como os departamentos de Engenharia de Materiais, Mecânica e Estatística.  

  No entanto, obras no campus de Laranjeiras estão paradas. Mas, o Reitor da UFS, Dr. Josué Modesto dos Passos Subrinho, contesta. Segundo ele, as obras não estão paradas, mas atrasadas devido uma licitação negada pelo Governo do Estado. “As necessidades da universidade são repassadas por departamento, que expõem o que precisam, então, engenheiros e arquitetos da UFS desenham a planta de obras, que é apresentada ao Ministério da Educação para então, aprovação do Sistema Integrado de Planejamento, Orçamentos e Finanças (SIMEC)”, esclarece.

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Se tratando da evolução na melhoria de ensino, alunos entrevistados de vários cursos dividem opiniões. Alguns acham que nada mudou na rotina de estudo e aprendizado, outros dizem que o plano em nada influiu e os alunos veteranos comentam da mudança estrutural na universidade e declaram que melhorou muito em relação a quatro ou cinco anos atrás.

“Não vi mudança nenhuma, o ensino continua a mesma coisa, para mim só houve melhora na estrutura”, disse a aluna de educação física. O estudante de química admite “nem conheço esse tal de projeto” diz que não se importa com isso.

O lema atual gestão da UFS é “Expandir para incluir”. Questionado sobre a afirmação do slogan e a relação do desenvolvimento externo acompanhado de um investimento interno, em prol da melhoria do ensino superior, a resposta do economista foi ‘sim’, mas confessa ser um processo lento, que vai se elevando gradualmente.

 

‘Cajueiros dos Papagaios’ 154 anos depois

Posted in Cultura, História, Política by micheletavares on 08/04/2009

Como o ‘Arraial do Santo Antonio’ do Aracaju se tornou a Capital de qualidade de vida no Nordeste

Allana Rafaela (allanarafaela@gmail.com) e  Joanne Mota (joannemota@gmail.com)

mapaPopulação de 536.785 habitantes, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2008. Área total de 181 km², densidade demográfica de 2.874, 60 hab/km² e altitude 4m. Terra dos papagaios e caranguejos, dos cajueiros frondosos, das mangabas e dos coqueiros, dos muricis e araçás, cidade de povo ordeiro, trabalhador, diligente e hospitaleiro. Já sabe de qual município estamos falando? Tais características são do município brasileiro que é capital do menor Estado da Confederação, Sergipe. Esta é Aracaju, uma cidade que tem a história cheia de lances dramáticos, às vezes até pitorescos, que há 154 anos nasceu de uma resolução da Assembléia Provincial da época, fato que alterou, significativamente, a história do seu Estado.

Aracaju é uma jovem cidade de 154 anos, construída a partir de uma decisão do então governador da província, Ignácio Joaquim Barbosa, que resolveu mudar a capital de São Cristovão e instalá-la na foz do rio Sergipe. Ao expandir rumo ao sul do estado, a nova Capital também ocupou os estuários dos rios Poxim e Vaza-Barris, o que garantiu o desenvolvimento econômico do estado à época. Além do porto, razão que fundamentou a transferência da capital, Aracaju possuía culturas que sustentaram seu desenvolvimento, como as culturas da cana-de-açúcar, atividade produtiva do vale do Cotinguiba; algodão, especialmente os trapiches, que nutria as fábricas têxteis e as vilas operárias no novo município.

Segundo pesquisa realizada pelo poeta e historiador Thiago Fragata, a mudança da metrópole não resultou apenas da iniciativa do Presidente Inácio Barbosa, mas também de fatores internos – originados na Província – e externos, que resultam de causas políticas e econômicas que norteavam o cenáriocana_de_acucar1 nacional no século XIX. “A cultura do açúcar era o principal produto de exportação de Sergipe, e com sua capital localizada no interior do Estado, no município de São Cristovão, o escoamento da produção tornava-se difícil. Daí a justificativa para a fixação do centro de decisões político e econômico na área litorânea do Estado”, acrescenta.

Para a pesquisadora e historiadora Lenalda Andrade, a transferência da metrópole foi baseada na articulação governamental que dominava a política brasileira no século XIX. O país era marcado por uma ‘política de conciliação e trabalho construtivo’, reflexo das grandes iniciativas econômicas do Barão de Mauá, que expirava a modernização e dirigia a uma ampliação territorial, política e econômica. Segundo ela, Sergipe vivia um momento muito bom economicamente, mas necessitava de um ponto estratégico para que o Estado conseguisse acompanhar a modernização em curso impulsionada pelo desenvolvimento industrial. “Inácio Joaquim Barbosa foi aracaju-taboleiro1um pioneiro e revolucionário, a mudança da Capital foi um marco histórico para Sergipe e essa mudança aconteceria de qualquer forma, pois São Cristovão, mesmo sendo uma cidade estabelecida, ainda apresentava limitações, o que fundamentou de vez a transferência”, ressalta a historiadora.

Assim, em 17 de março de 1855, a colonial São Cristovão deu lugar ao povoado Santo Antônio de Aracaju, que logo depois se tornou Aracaju, segunda capital planejada do Brasil. O engenheiro Sebastião José Basílio Pirro fez um plano que se resumia a um alinhamento de ruas em linha reta, dentro de um quadrado de 1.188 metros, que formam quarteirões simétricos que lembram um tabuleiro de xadrez, a fim de desembocarem no Rio Sergipe.

Mas nem tudo foi fácil com a transferência da metrópole, politicamente geraram-se muitas discussões que deram origem ao aparecimento de grupos adversos no julgamento do ato. Segundo o historiador José Calazans Brandão da Silva, formaram-se duas correntes de opinião em torno dajoao-bebe-agua1 mudança, o Partido Liberal, no poder durante toda a primeira metade do século XIX, defendia a economia da região do Vaza-Barris (São Cristovão e Itaporanga); e o Partido Conservador, por sua vez, defendia a economia do Vale do Cotinguiba (Maruim, Japaratuba, Santo Amaro e Laranjeiras). Este cenário dividiu os pontos de vista das respectivas populações e dos intelectuais da época, pois agora a nova Metrópole seria composta de gente humilde, pescadores e oleiros, que habitavam em casas de palha sem nenhuma arquitetura predial para receber o feito.

Ao realizar um olhar comparativo da segunda metade do século XIX com a segunda metade do século XX, a pesquisadora Lenalda Andrade, diz que as opiniões contraditórias foram e são naturais no desenvolvimento político de qualquer nação. E mesmo Aracaju não possuindo uma estrutura básica de cidade, conseguiu em poucos anos atingir um status considerável de capital. “Esse pensamento otimista não povoou a antiga Capital São Cristovão, e protestos legais foram levados à Câmara Municipal da antiga metrópole e manifestações públicas foram feitas, estas com o intuito de descredibilizar a nova capital e os políticos que haviam influído para a transferência naquela época”, completa.

Para o historiador Thiago Fragata, com a Mudança da Capital, deu-se a falência da economia sancristovense uma vez que a maioria dos negócios dependia da elite burocrática. O êxodo para a Aracaju foi a única alternativa para muitos. “A Câmara de Vereadores chegou a escrever um protesto ao Imperador D. Pedro II, que visitou a cidade em janeiro de 1860, sem efeito. O comerciante João Nepomuceno Borges, conhecido como João Bebe-Água, dizem ter juntado voluntários para impedir o translado dos cofres públicos, viu seu plano esvaziado, foi ridicularizado como patriota louco e maltrapilho pelos agentes da manobra política”.

Construção de uma nova Capital

Com a mudança da metrópole, Sergipe passou o final do século XIX estruturando sua nova Capital para receber a elite da época. No inicio do século XX, já com certa estrutura, a nova Capital floresce política e socialmente, o que impulsiona o desenvolvimento industrial, principalmente da indústria têxtil.

industriaA pesquisadora Lenalda Andrade destaca que o desenvolvimento da indústria no início do século passado foi fundamental para complementar o setor econômico do Estado. Ela lembra que até então as atividades econômicas eram essencialmente agrícola, e que esse crescimento econômico garantiu a Sergipe o aperfeiçoamento de novas formas econômicas que se destacavam no cenário nacional naquela época. “O desenvolvimento da indústria sergipana no início do século XX possibilita ao Estado um crescimento muito favorável, o complexo têxtil passou a se articular com o capital comercial, expandindo assim o comércio de confecções. A partir daí constatamos uma intensificação e diversificação da indústria sergipana”, explica a pesquisadora, destacando a importância da Sudene e da Petrobras no processo de expansão econômica e social do Estado.

Lenalda Andrade ainda acrescenta que o estado de Sergipe apresenta um bom histórico de aproveitamento no que diz respeito ao ambiente da economia brasileira, sobretudo a partir dos anos de 1960 com a chegada da Petrobras no Estado. “O Brasil dos anos 90, por exemplo, nos traz a construção de uma trajetória cada vez melhor, com mais dinamismo das exportações e elevação das reservas, além de políticas sociais mais ativas com impacto na distribuição de renda e no consumo popular”, explica. “O potencial do mercado nordestino mostrou às grandes indústrias a expansão de consumo das classes. A partir de 1995, o desempenho industrial de Sergipe superou a média do nacional, segundo dados do IBGE e da Secretaria de Estado de Planejamento”, complementa a pesquisadora.

Quanto ao quadro atual de Sergipe, o IBGE e o Conselho Regional de Economia de Sergipe (CORECON) destacam a histórica concentração espacial da indústria no leste sergipano, que inclui a cidade de Aracaju. Os órgãos exemplificam destacando que “a construção civil concentra mais de 90% de suas indústrias no leste sergipano, dado semelhante ao setor de alimentos e bebidas. A indústria de calçados é a única exceção, com 43% da produção localizada no sertão”.

Segundo informações no site da Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (CODISE), Sergipe é pioneiro na região nordeste na adoção de uma política de organização do espaço urbano para a implantação de projetos industriais. O Distrito Industrial de Aracaju (DIA) foi projetado e construído ainda na década de 70, impondo-se como um dos mais importantes instrumentos utilizados pelo Poder Público para consecução de sua política de atração de investimentos para o território sergipano. A partir disso, o Governo de Sergipe ampliou a política de implantação de distritos e núcleos industriais em diversos municípios, buscando a interiorização do desenvolvimento econômico-social, tendo em vista a sua atuação no processo de geração e redistribuição de riquezas.

Dessa forma, o setor industrial sergipano poderia descentralizar-se e desenvolver-se por todo o Estado. De acordo com o site do Conselho Regional de Economia, a descentralização do setor industrial é um desafio para o governo de Sergipe, que agora se associa a essa tendência. O mercado interno tem grande potencial de crescimento, e já apresenta intenções de investimentos em vários setores produtivos.

Para Lenalda Andrade, essa política de interiorização econômica surgiu para ordenar o crescimento dos municípios sergipanos. A pesquisadora destaca que devido a falta de políticas públicas mais claras, municípios como São Cristovão, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras, Maruim e Santo Amaro das Brotas não puderam acompanhar o desenvolvimento ocorrido em Aracaju. “O que observamos hoje é uma Capital rodeada de cidades dormitórios, essas pessoas abastecem principalmente o setor terciário de nossa Capital. Isso reflete o desfavorecimento destes municípios e demonstra o acanhamento dos investimentos econômicos nestas localidades”, confirma a pesquisadora.

Segundo dados do IBGE em 2008, Aracaju possui 536.785 habitantes em sua dimensão política, no entanto quando olhamos para sua dimensão econômica se verifica a soma das populações dos municípios de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras e São Cristovão – totalizando mais de 780 mil habitantes formados pela Grande Aracaju -, localizada no litoral, cortada pelo Rio Sergipe, antigo Vale do Cotinguiba, e pelo Rio Poxim.

O hoje…

Depois de 154 anos de desenvolvimento político, econômico e social a pequena Aracaju se torna uma Capital paradoxal, pois é possível ver entre suas obras faraônicas o jeitinho provinciano peculiar do aracajuano. Ainda se pode encontrar vizinhos sentados em cadeiras às portas das casas nos fins de semana, mediante às inúmeras opções de diversão; um número infinito de bicicletas trafegando à medida que o número de carros parece maior que o de habitantes; shoppings e lojas cada vez maiores enquanto as pequenas mercearias lutam bravamente pela sua permanência; carroças perambulando em meio aos carros importados; carnaval fora de época nos trios elétricos contrastando com marchinhas nos bailes e blocos de rua durante a festa de momo; bairros nobres com mansões e residenciais arrojados, e bairros tradicionalistas, onde nem se cogita a possibilidade de alterar a arquitetura. Essa todos nós conhecemos. É Aracaju, a capital de Sergipe.

08-de-julho

*Imagens de arquivos históricos da Capital.

O que sobrou do mangue

Posted in Ciência e Tecnologia by micheletavares on 08/04/2009

 O termo manguezal é utilizado para descrever uma variedade de comunidades costeiras tropicais compostas por especies  vegetais, arboreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com alto teor de sal

Por Ivo Jeremias (ivo_jeremias@hotmail.com)

carangueijo em seu habitat

carangueijo em seu habitat

Em Sergipe, o carangueijo não é apenas um elemento da culinaria. Ele é um dos principais simbolos da cultura sergipana. A própria palavra Sergipe que denomina o nosso estado é uma palavra de origem tupi que significa “rio dos siris”. Os manguezais que constituem o habitat destes crustáceos e de muitas outras espécies são ecossistemas localizados predominantemente no encontro dos meios maritimos, fluvial e terrestre, proximo a estuarios e bacias. No estado de Sergipe, os manguezais se encontramna foz dos principais rios e nos estuários dos rios Piauí , Real, Vaza-Barris e Sergipe.

Para muitas familias o manguezal representa uma importante fonte de renda,além de fornecer uma importante fonte de alimento e ser responsavel pela manuntenção do equilibrio ambiental. Fatos como estes mostram o porque é tão importante a preservação deste ecossistema, entretanto isto é algo que não está sendo feito. O manguezal é o ultimo ecossistema que restou da cobertura vegetal da mata atlantica em Sergipe. Em 1975, o estado contava com 555,7km² de mangues, de acordo com a EMPRAPA, em 1981, esta area foi reduzida para 468,7km². atualmente segundo a ADEMA, Sergipe tem aproximadamente 262 km² .

Um dos principais fatores que contribuem para a devastação do meio ambiente é o crescimento urbano desordenado das cidade. Em Aracaju , este é um fenômeno que acompanha historicamente o processo de formação da cidade. A capital Sergipana foi erguida em áreas de terrenos alagados e de manguezais. A cidade teve sua expansão realizada através de aterros e adensamentos das areas de mangue.

Nos ultimos trinta anos, segundo a EMBRAPA e ADEMA, a devastação ambiental foi se agravando principalmente a especulação imobiliaria em Aracaju e a Cacinicultura nos municipios interioranos. Em Aracaju bairros como a Coroa do meio, Lamarão, Santos Dumont, 13 de Julho ,Farolândia, Jardins e Atalaia são exemplos da destruição dos mangues, já que para a construção destes bairros muitas areas de mangue foram aterradas.

O bairro Jardins é o maior exemplo do desrespeito com que o meio ambiente está sendo tratado. No lugar deste bairro,antes existia a reserva ecológica Parque Tramandaí que foi quase totalmente destuida para a construção de uma nobre área residencial e de um shopping center. O que restou da reserva foi uma pequena faixa de manguezal , onde é despejado esgoto e todo tipo de lixo. E para ilustrar este triste cenário foi colocada uma enorme placa(quase do tamanho do intitulado Parque ecologico) com o nome : Reserva ambiental Tramandaí,afinal está na moda parecer corretamente ecológico nesta sociedade onde as pessoas parecem não ter a dimensão real da importância dos ecossistemas para o equilibrio ambiental.

A destruição dos ecossistemas é muitas vezes atribuída a falta de conhecimento sobre a necessidade de preservação do meio ambiente.”É preciso conhecer para preservar”, diz a professora Carmem R. Parisoto , coordenadora do projeto Atlas Digital, desenvolvido pela universidade Federal De Sergipe, através do Departamento de biologia.

O Atlas digital é um programa para internet com imagens e textos explicativos sobre os ambientes aquáticos sergipanos e da fauna associada a eles. O intuito do projeto é que através das informações disponibilizadas no site www.labec.com.br/biodigital seja possivel que o publico se torne capaz de reconhecer a fauna especifica do estado e que desenvolva uma consciência ecológica. Segundo a professora Carmem R. Parisoto o site deve servir como um instrumento para auxiliar no ensino de ciêncis e biologia nas escolas do estado, fornecendo elementos que tornem possivel uma aprendizagem contextualizada e fornecendo novos recursos tanto para professores como para os alunos.

O site tem como interesse facilitar o acesso à informação , enriquecer o processo educacional através de imagens , jogos e informações com uma linguagem mais descontraída em relação aos livros didaticos . Um dos obejtivos principais do projeto é desenvolver nos estudantes uma consciência ambiental para que as proximas gerações possam cuidar com mais carinho o pouco dos ecossistemas que ainda restam.

O comércio inabalável

Posted in Ciência e Tecnologia, Economia by micheletavares on 08/04/2009

Como o e-commerce se saiu em 2008 e o que o aguarda no futuro

Por Carol Correia (quatrobailarinas@gmail.com) e Elaine Mesoli (elainemesoli@hotmail.com)

Cresce consumo pela internet 

mouse-no-carrinho3A compra e venda de produtos pela internet, o e-commerce, teve um crescimento em 2008 de 39% em relação ao ano de 2007. Cerca de 13 milhões de brasileiros compraram pela rede mundial de computadores em 2008. Para Pedro Guasti, diretor geral da e-bit, empresa que fornece informações sobre esse tipo de mercado, o comércio eletrônico evoluirá ainda mais nos próximos anos.


Os números do aumento de consumo foram dados por meio de um relatório semestral disponibilizado pela empresa, o relatório Webshoppers, que analisa as mudanças de comportamento e preferências dos consumidores que compram pela internet.


Divulgado no dia 17 de março, a 19ª edição do relatório vem mostrando que o volume de consumidores aumentou. Esse aumento tem como contribuição a participação da classe C nas compras on-line. As famílias com renda mensal de até três mil representam 60% dos novos compradores de 2008. O crescimento desta classe foi de 42%, cinco por cento a mais do que o ano de 2007.


Apenas no primeiro semestre de 2008, foram faturados R$ 3,8 bilhões, quase o valor total de todo o ano de 2006, R$ 4,4 bilhões. Os motivos para esta expansão do comércio é que muitos brasileiros fizeram compras desta maneira pela primeira vez. Também aqueles que já compraram e foram atendidos de forma adequada aumentaram a freqüência de compras.

 

O consumidor é atraído pela facilidade de fazer compras sem se locomover até a loja física e pelo financiamento facilitado. A variedade de produtos que podem ser encontrados online faz o comprador ter uma grande possibilidade de encontrar no e-commerce algo que não consegue no comércio da sua cidade. A diversidade de produtos não dificulta a pesquisa de preço. A Internet continua sendo uma ferramenta ágil nesse aspecto e os sites de compra têm procurado cada vez mais dinamizar os seus layouts para melhor servir o consumidor.

 

 Para Gustavo de Azevedo, estudante, o ponto que mais o impulsiona para comprar pela Internet é a facilidade de pesquisar preço sem precisar sair de casa. “Você pode observar vários produtos e preços em vários lugares, sem precisar se deslocar fisicamente de loja em loja para escolher a melhor oportunidade”, diz.

 

 Os preços da Internet também agradam. As lojas, para não ficar atrás da concorrência no meio do e-commerce, frequentemente investem em promoções, cupons desconto e frete grátis. Assim, elas acabam também passando na frente das lojas físicas. Quem fica satisfeito é o consumidor. “Pela Internet, quase sempre ganho descontos por ser usuário de algum cartão ou algo do tipo” comemora Gustavo.

 

Motivos do aumento e ranking de produtos

 

Segundo o relatório, os motivos da mudança do comportamento do consumidor que costuma comprar em lojas físicas são a inclusão digital, incentivada pelo governo Federal e a conveniência. Principalmente nos grandes centros o consumidor não quer perder tempo no trânsito ou em filas, por exemplo. Em lugares afastados desses centros o consumidor poderá ter acesso a um produto que não é encontrado facilmente. Dessa forma, a web se torna uma vitrine mais completa, moderna, colorida e facilitadora.


A confiança dos consumidores também aumentou e fez com que eles comprassem cada vez mais, tornando o que a classe costuma chamar de “heavy users”, e indicassem a boa experiência a outras pessoas de seu convívio social.


Dentre os produtos mais consumidos, quem lidera o ranking são os livros, que respondem por 17% do total de compras. Gustavo de Azevedo está dentro da estatística. ‘Os últimos produtos que comprei foram dois livros, que tinham um bom preço’ diz.

 

Já a categoria saúde e beleza cresceu duas posições em relação ao ano de 2007 e ficou em segundo lugar. Os produtos de informática perderam um posto caindo para a terceira posição no ranking.

Líder em vendas em anos anteriores, os CDs e DVDs saíram de cena este ano, não figurando entre os mais vendidos. Durante todo o ano eles representaram apenas cinco por cento do total do volume de vendas. O diretor da e-bit atribui isso a uma mudança do hábito de consumo. “A realidade é essa. Há um comportamento de compartilhamento entre os consumidores. A indústria deve criar novos modelos para ganhar dinheiro”, afirma Pedro Guasti.

 Heterogeneidade de públicos

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mulher-comprando1O perfil de e-consumidores também mudou. Ultrapassando o número de homens nesse mercado, as mulheres marcaram presença e agora respondem por mais da metade dos consumidores. Em compensação, o valor médio de compras é inferior ao dos homens. Apesar da fama de gastar muito, elas compram em média R$ 272 reais contra R$ 375 dos homens. Liliana Duarte compra mensalmente pela Internet há um ano e meio e até acha preferível esse meio de compras. ‘As minhas compras feitas na Web nunca deram errado e eu quase sempre encontro os produtos que não tem em Aracaju’ explica.


Já o público mais experiente, com mais de 50 anos, também cresceu e representa 19% de todas as pessoas que consumiram pela Internet no ano que passou. A familiaridade com a tecnologia aumentou e, conseqüentemente, o receio de ser enganado e de informar seus dados pessoais decresceu.

 

O aposentado Francisco Fernandes, 65 anos, disse que aprendeu a “mexer” em computador após ser beneficiado com um incentivo do governo. “Antes não sabia sequer o que era um click, hoje até meus remédios eu compro pela internet! É rápido e eu não gasto gasolina indo de carro até a farmácia.”


Se o volume de compras aumentou é sinal de que o consumidor está satisfeito. Quanto mais comprar por meio de lojas virtuais mais o cliente se tornará exigente. A mudança de “loja” neste ambiente é feita de forma muito rápida: basta um clique. Para a empresa, tal clique representa a perda de uma venda.


Itens como entrega no prazo, qualidade do produto e do atendimento influem diretamente na opinião e no retorno deste cliente. A navegabilidade dos sites também contam. O usuário tem de se sentir confortável e achar todos os atalhos facilmente. “A navegabilidade é de grande importância. Ela pode ser o indicador para sabermos se um determinado portal de compras é seguro”, diz Liliana.

 

Porém, na opinião de Gustavo, a questão fica centrada no valor dos produtos, “Um prazo de entrega rápido é sempre muito bom, mas as empresas têm prazos iguais ou muito parecidos. Uma navegabilidade boa também, mas eu prefiro passar mais tempo procurando um produto em um site de navegação difícil e comprá-lo por um preço melhor” explica.  

 

Expectativas

 

Com a inclusão digital, as classes mais baixas terão uma provável penetração no consumo virtual. A classe C, que já é maioria no setor com 42% do público total, deve, cada vez mais, marcar presença no e-commerce, é uma inserção contínua’ apresenta a empresa E-Bit.

Para quem ainda tem medo de ser enganado nos portais de compra, existem dispositivos de segurança que são grande aliados do “e-shoppers” e continuarão a servir de apoio para a decisão da escolha da loja.

 

A crise financeira mundial afeta a mentalidade e a maneira de comprar da população. Como conseqüência de uma nova forma de pensar, as compras, que eram feitas por impulso, tiveram grande retração e a pesquisa por produtos de menor preço se tornaram fundamentais e freqüentes na hora de adquirir algum bem. Apesar da diminuição no consumo da população, a Internet ganhou ainda mais espaço como ferramenta de aquisição de produtos, já que proporciona maior certeza ao consumidor de que ele está diante de uma boa oportunidade de compra e grande agilidade em suas decisões.

 

Para 2009 a previsão é de que esse mercado fature cerca de 10 bilhões de reais. No final do primeiro semestre, a consultoria espera a ultrapassagem da marca de 15 milhões de e-consumidores. Até o final do ano, a expectativa é de que este número chegue a 17,2 milhões de compradores.

 

Ficar alheio a esse mercado emergente é perder um filão interessante e oportunidade de fazer bons negócios. Além disso, o comércio eletrônico está se tornando mais democrático e acessível a todas as classes sociais.